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À Galera de Pavas:
No feriado de sete de setembro, minha cunhadinha muito amada me deu um livro para ler “Os Sete Níveis de Intimidade - Matthew Kelly”.
Como não sei ficar sem compartilhar as coisas boas que experimento, eis ai um trecho muito especial.
Há pessoas que vão gostar, outras vão assimilar, e outras, vão ter a nítida sensação de que uma pessoa muito amada nos fala, uma pessoa que nos deixou no plano físico mais que continua intercedendo por nós no plano espiritual: “Lourdinha de Pavão”.
[]s, a todos.
Pat
“ O RELACIONAMENTO PRINCIPAL é geralmente aquele que você tem com seu parceiro ou parceira, seja no namoro, noivado ou casamento. Esse relacionamento principal é o seu lar emocional. Ele deveria ser o lugar aonde você vai para relaxar e eliminar o estresse. O seu lar emocional (o seu relacionamento principal) deveria ser o lugar onde você se sente à vontade para ser você mesmo e para se revelar.
Esse relacionamento principal é a sua primeira fonte e oportunidade para estabelecer intimidade.
Se você for solteiro, há uma boa chance de haver vários relacionamentos secundários. Quando iniciar um relacionamento principal, naturalmente passará a se envolver menos nesses relacionamentos secundários. Trata-se de uma questão de alocação de recursos. Como você tem uma quantidade limitada de tempo para se dedicar aos relacionamentos, é preciso estabelecer prioridades, e um relacionamento principal tem preferência sobre os secundários.
Você vai ouvir familiares e amigos reclamarem: ”Você nunca tem tempo para a gente desde que começou a sair com fulano.” Não se culpe por estar passando menos tempo com eles nem deixe que o acusem. Sobretudo no início de um relacionamento principal, é evidente que teremos menos tempo para dedicar aos outros.
Existem três perguntas que você deveria fazer em relação ao seu parceiro ou parceira: Você confia nele ou nela? Você acredita que essa pessoa quer o que é melhor para você? Ela está ajudando você a se tornar a melhor pessoa possível?
Por que você confia no seu parceiro ou parceira? O que ele ou ela fez para gerar essa confiança? Da mesma forma, se você não confia, é importante tentar identificar os motivos e relembrar algumas situações específicas que fizeram você perder a confiança. Mais uma vez, vale muito a pena escrever essas coisas no papel; isso às vezes nos ajuda a olhar para elas com mais objetividade. Pare um pouco agora e escreva as respostas a essas perguntas.
O que faz você acreditar que seu parceiro ou parceira quer o que é melhor para você? E se pensa o contrário, por que acha que ele ou ela deseja manter um relacionamento com você?
Por fim, de que maneira seu parceiro ou sua parceira está ajudando você a se tornar a melhor pessoa possível? Ou, se acha que ele ou ela não ajuda você a se tornar uma pessoa melhor, de que forma ele ou ela faz isso?
Não é provável que você possa ao mesmo tempo confiar e não confiar em alguém. Mas é certamente possível que, em determinados momentos, seu parceiro ou sua parceira queira o que é melhor para você, e, em outros, não. E também pode ser que, de determinadas maneiras, ele ou ela ajude você a se tornar a melhor pessoa possível, e, de outras, não. Pode ser útil parar um pouco para escrever suas respostas a essas perguntas e refletir tanto sobre os aspectos positivos quanto sobre os negativos do relacionamento.
A pergunta seguinte precisa ser respondida primeiro por você, depois por vocês dois juntos.
O seu relacionamento principal é a sua prioridade número um?
Para certas pessoas, não é. Para algumas, o trabalho e a carreira são a prioridade número um. Em alguns momentos da vida, dependendo da carreira escolhida, isso pode ser necessário. Outros colocam os pais e irmãos à frente de seu relacionamento principal. Isso pode acontecer no início de um relacionamento, mas, em algum momento, torna-se pouco saudável não dar prioridade ao seu relacionamento principal.
As pessoas colocam outros interesses à frente do relacionamento principal por todo tipo de motivos, saudáveis e não-saudáveis. O importante é que os dois saibam onde estão as prioridades de cada um para evitar conflitos duradouros e constantes nos relacionamentos. Então, se o seu relacionamento principal não for a sua prioridade número um, a pergunta seguinte é: seu parceiro ou sua parceira sabe disso?
Você não pode fazer esta pergunta diretamente: ”Nosso relacionamento é sua maior prioridade?” Ela tem que ser inserida no meio de uma conversa, num clima de afeto e sinceridade, para que o outro não se sinta acuado e dê a resposta que você quer escutar, mesmo que esta não seja verdadeira. Talvez ele, ou ela, nunca tenha pensado nisso, e vale a pena lhe dar tempo para refletir. Você pode começar falando das prioridades de sua vida e perguntar quais são as dele ou dela. Depois de falar sobre as suas prioridades de forma geral, vocês podem passar para a prioridade específica do seu relacionamento. Ao compará-la com suas outras prioridades, reflitam sobre o seu dia-a-dia e verifiquem se ele reflete a prioridade que vocês afirmam dar ao seu relacionamento.
Por exemplo, se o seu marido diz que o relacionamento de vocês é a prioridade número um dele, mas fica no escritório até as 10 da noite e manifesta cansaço e desinteresse quando está em casa ou com você, a maneira como ele vive seus dias não reflete essa prioridade.
Em alguns dos meus seminários para executivos, peço para listarem as prioridades de suas vidas. A ordem mais comum é: família, amigos, trabalho, outros. Então tiramos cópias de uma semana de suas agendas, distribuímos cinco canetas de cores diferentes e pedimos para colorirem a semana inteira de acordo com a maneira como ocupam o seu tempo. Existe uma diferença enorme entre o que afirmam ser suas prioridades e a maneira como usam
seu tempo.
A maioria dos pais diria que seus filhos são a prioridade numero um, mas estudos recentes mostram que, em média, os pais pássam menos de 16 minutos por semana conversando com os filhos adolescentes.
Para a maioria de nós existe um abismo enorme entre o que dizemos ser importante e a maneira como de fato vivemos nossas vidas. Pessoas que vivem com paixão e propósito conseguiram diminuir a distância entre o que consideram ser suas prioridades e a maneira como empregam seu tempo. Se você quiser ter relacionamentos extraordinários - que fogem do comum -, precisa decidir torná-los uma prioridade, dedicando-lhes uma quantidade significativa de tempo e energia.
A vida é movida por prioridades.
Qualquer coisa em que você concentre sua atenção irá progredir.
Se você pensar e falar constantemente sobre tudo que lhe causa gratidão, a quantidade de coisas pelas quais você pode se sentir grato irá aumentar. Se você está constantemente preocupado com aquilo que não tem, a quantidade de coisas que gostaria de ter - e não tem - irá aumentar. O pensamento humano é criativo. Aquilo em que pensamos se torna realidade. Tudo começa como um pensamento em nossa mente.
Se estamos realmente decididos a dar prioridade a nossos relacionamentos, devemos primeiro saber o que consideramos um ótimo relacionamento. Precisamos começar identificando claramente as qualidades necessárias para construir e sustentar relacionamentos extraordinários.
É disso que trata este livro: da construção e da sustentação de relacionamentos extraordinários. Qualquer um pode ter um relacionamento assim. Ninguém quer um relacionamento pouco satisfatório, mas é isso o que a maioria das pessoas tem.
Nosso relacionamento principal deve ser nossa primeira fonte de apoio emocional e nossa principal oportunidade para desenvolver e vivenciar um nível profundo de intimidade. Para a maioria de nós, o relacionamento principal será a única chance que teremos nesta vida de realmente conhecer alguém e, em contrapartida, de sermos profundamente conhecidos por outro ser humano.
Passamos nossos dias cercados por coisas triviais e superficiais, constantemente sobrecarregados de informações. Conhecer cada vez mais profundamente uma pessoa constitui um verdadeiro milagre.
Antes de terminar
ACHO IMPORTANTÍSSIMO dizer a meus leitores: ao escrever, estou tentando mostrar o caminho ideal. Poucos - pouquíssimos mêsmo - irão alcançar esse caminho, mas o que me anima é que este livro pode levar muitos a se esforçarem para percorrê-lo. Ideais nos animam. Eles nos desafiam a ir além das fronteiras previamente auto-impostas e a nos tornarmos as melhores pessoas que podemos ser.
Se o seu marido nem sempre quer o que é melhor para você, isso não significa que ele não a ame, apenas que é um ser humano normal, que pode ser um pouco egoísta de vez em quando. Se a sua namorada nem sempre o ajuda a alcançar seu propósito essencial, isso não quer necessariamente dizer que ela não seja a pessoa certa para você. Significa apenas que ela também está vivendo o processo para tornar-se a melhor pessoa possível e que ainda tem que progredir.
À medida que for lendo este livro, você poderá sentir de vez em quando que eu o estou incentivando a romper seu relacionamento principal e, algumas vezes, que estou dizendo que permanecer com seu parceiro ou sua parceira é o único caminho. Ambas as reações são legítimas, mas o propósito deste livro não é fazer você optar por uma alternativa ou por outra. É simplesmente ajudar e encorajar você na jornada que é sua vida.
A primeira verdade em qualquer relacionamento é que todos eles têm problemas. Seu parceiro não é perfeito, nem sua parceira, nem mesmo você. Seus filhos jamais serão filhos perfeitos, e você jamais será um pai perfeito ou uma mãe perfeita. Se não conseguir aceitar essa verdade elementar, passará a vida inteira perseguindo uma fantasia da sua imaginação.
Vejo isso o tempo todo com determinados amigos, a quem chamo de namoradores em série. Começam a sair com alguém, tudo está maravilhoso, até começarem a aparecer as inevitáveis diferenças. Quando menos se espera, terminam o namoro. Tenho vontade de sacudi-los e de dizer: ”Não, ela não era perfeita. Mas sabe de uma coisa? Você também não é.”
Volto a repetir: todos os relacionamentos têm problemas.
Se você não está feliz, a solução não é atirar-se no próximo relacionamento. Tente descobrir por que o relacionamento atual não está funcionando ou por que o seu último relacionamento não funcionou. A responsabilidade não é só do parceiro ou da parceira, mas também não é completamente sua. Pode ser útil examinar os outros relacionamentos passados. Será que o mesmo problema está se repetindo? Por que você sempre acaba entrando em relacionamentos desse tipo?
Talvez você precise mesmo terminar o seu relacionamento atual, e se este livro o fizer perceber isso, e se esta for a coisa certa a fazer - maravilha! Mas certifique-se de que está agindo pelos motivos certos, não apenas correndo atrás de mais uma ilusão.”
Trecho do Livro “Os Sete Níveis de Intimidade - Matthew Kelly”
