Robert Kennedy – Extratos do Último Discurso – 06/06/1968
"Não é um dia para Políticas, guardei esta oportunidade. O meu único evento de hoje, para vos falar brevemente sobre a insensata ameaça de violência no (Mundo) e na América. Que mancha de novo, a nossa Terra e todas as nossas Vidas. Não é uma preocupação exclusiva de uma raça, as vítimas da violência são negros e brancos. ricos e pobres, jovens e velhos. famosos e desconhecidos. São acima de tudo, seres humanos que outros seres humanos amavam e de que precisavam.
Ninguém, não importa onde viva, ou o que faça. Pode ter a certeza de quem irá sofrer a seguir, por causa da insensatez de um ato sangrento. E, no entanto, continuam sem parar, neste nosso (Mundo). Por quê?
O que foi que alguma vez a violência conseguiu? O que foi que alguma vez criou?
Sempre que a vida de um (Homem) é tirada por outro (Homem), desnecessariamente; quer seja em nome da Lei, quer em desafio à Lei, por um homem ou por um bando, a sangue frio, ou numa fúria descontrolada; num ataque de violência ou em resposta a violência. Sempre que destruímos o tecido de vidas, que outro homem penosamente e com dificuldade teceu para si e para os seus filhos. Sempre que fazemos isso, todo o (Mundo) se degrada.
No entanto, parece que toleramos um nível crescente de violência. Que ignora a nossa comum humanidade e o nosso direito à civilização.
Com muita freqüência, honramos a agressividade. Arrogante, é quem usa da força.
Com demasiada freqüência, desculpamos os que querem construir as suas vidas sobre os sonhos destroçados de outros seres humanos.
Mas uma coisa é certa: VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA. REPRESSÃO CRIA RETALIAÇÃO. E só uma limpeza de toda a nossa sociedade pode remover esta doença das nossas almas.
Porque quando se ensina um homem a odiar e a temer o seu irmão. Quando se ensina que ele é um ser inferior, por causa da sua cor ou das suas crenças, ou das políticas que segue. Quando se ensina que quem é diferente de nós ameaça a nossa liberdade, ou o nosso trabalho, ou a nossa casa, ou a nossa família; Então também aprendemos a confrontar os outros. Não como concidadãos, mas como inimigos. Não a negociarmos com PAZ, mas a vencermos com violência. A sermos subjugados e dominados, aprendemos finalmente, a vermos os nossos irmãos como estranhos. Estranhos com quem partilhamos uma cidade, mas não uma comunidade. Homens ligados a nós por um comum espaço, mas não num esforço comum.
Aprendemos a partilhar apenas um medo comum, apenas um desejo comum de nos afastarmos uns dos outros. Apenas um impulso comum de enfrentar o desacordo com a força.
As nossas vidas neste planeta são muito curtas, o trabalho a ser feito é demasiado grande, para deixar que este estado das coisas avance nesta nossa Terra.
Claro que não podemos bani-lo com um programa, nem com uma resolução. Mas talvez possamos lembrar-nos, mesmo que seja só por algum tempo. Que os que vivem conosco são nossos irmãos. Que partilham conosco o mesmo curto momento de vida. Que eles procuram, como nós, apenas a oportunidade de viver as suas vidas com um propósito e com felicidade, conseguindo a satisfação e a realização que podem.
Certamente, este laço de destino comum; este laço de objetivos comuns. Pode começar a ensinar-nos alguma coisa. Certamente, podemos aprender, pelo menos, a olhar em volta para o próximo. E, certamente, podemos começar a esforçar-nos um pouco mais, para sarar as feridas entre nós. E tornar-nos dentro dos nossos corações: irmãos e compatriotas, de novo."
Robert F. Kennedy morreu no hospital Good Samaritan, na manhã de 6 de junho de 1968, após a vitória nas primárias na Califórnia, depois de assassinado no Hotel em que fez o seu último discurso.
A história do assassinato do senador americano Robert F. Kennedy, em 6 de junho de 1968, e o envolvimento de 22 pessoas que estavam no Hotel Ambassador no momento do crime.